
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) sediou, nesta quarta e quinta-feira, o Seminário Nacional de Organização do Ramo Financeiro – Aspectos Jurídicos. O encontro, voltado para dirigentes das federações e sindicatos que trabalham com o tema, teve cerca de 100 participantes e ocorreu em São Paulo, na sede da entidade.
“Queremos regular, interferir e melhorar as condições de trabalho de seus representados e construir uma organização dos trabalhadores do ramo financeiro que garanta e amplie direitos e, ainda num plano mais geral, auxiliar na construção de um modelo de desenvolvimento econômico que favoreça a todos os trabalhadores”, afirma Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, que participou da mesa nesta quinta-feira 21.
“Eles [empresas do ramo financeiro] têm de mudar o olhar. A sociedade exige o retorno social: a implantação da jornada de quatro dias de trabalho, a manutenção do emprego, a redução da taxa de juros, porque não é possível que todos os lucros fiquem para eles, e para nós [sociedade e trabalhadores bancários] sobre a miséria, o desemprego e o adoecimento da categoria. Por isso, vamos fazer uma excelente campanha salarial, bastante animada e que envolva os trabalhadores e a sociedade”, enfatizou Neiva, lembrando a Campanha Nacional dos Bancários, que será realizada a partir de maio.
Além da participação de outras lideranças sindicais da categoria bancária, como a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, entre outros, o evento contou com explanações de técnicos e de assessorias jurídicas para debater o cenário do ramo financeiro no momento.
O economista do Dieese Gustavo Cavarzan apresentou o quadro atual do ramo financeiro; o dirigente da CUT Nacional Eduardo Guterra tratou da organização do movimento sindical como um todo, por ramos de atividades.
Ivone Colombo, presidenta do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro do Estado de Rondônia, trouxe detalhes do caso do eu Estado, onde o ramo financeiro tem alto índice de sindicalização.
O professor-doutor Marcello Rodrigues de Azevedo, aposentado do Banco do Brasil, traçou um panorama da luta da categoria bancária desde a Constituição Federal de 1988.
Na parte jurídica, especificamente, o assessor jurídico da Central Única dos Trabalhadores (CUT), José Eymard, tratou dos desafios da legislação brasileira para a organização do ramo financeiro.
O advogado citou como referência a trajetória exitosa de organização da Contraf-CUT, que deve servir de exemplo para a missão da construção do ramo financeiro.
Também falaram o assessor jurídico da Contraf-CUT, Jefferson Oliveira, e a assessora jurídica do Seeb-SP, Cynthia Valente, que abordou o tema da sindicalização parceira.
Para a secretária de Organização do Ramo Financeiro e Política Sindical da Contraf-CUT, Magaly Fagundes, “a organização do ramo financeiro a por um processo amplo, que envolve diversas áreas. Neste momento, nossa atenção está voltada para os aspectos jurídicos da questão, para entendermos quais são os melhores caminhos que o movimento tem para avançar nesse tema”.
O secretário de Assuntos Jurídicos da entidade, Lourival Rodrigues, avalia que o evento trouxe importantes ferramentas para que o dirigente local ou regional possa atuar com segurança na construção do ramo financeiro. “A participação massiva de lideranças, com muitas informações e experiências, nos ajudam a traçar um panorama da situação do momento do ramo financeiro”.
